Eduardo Okamoto é ator-convidado em “Recusa”, espetáculo da Cia Teatro Balagan, dirigido por Maria Thais.
Recusa começou a ser desenhado a partir do interesse despertado pela notícia veiculada no Jornal Folha de S. Paulo, em 16 de setembro de 2008, sobre o aparecimento de dois sobreviventes, índios Piripkura – etnia considerada extinta há mais de vinte anos. Viviam nômades, perambulando por fazendas madeireiras no noroeste do Mato Grosso. Ambos se recusavam a estabelecer qualquer contato com os brancos. Foram encontrados porque suas gargalhadas ressoaram na floresta e chamaram atenção: eles riam das histórias que contavam um ao outro enquanto davam conta de comer a caça recém abatida.
Recusa é narrado, cantado, por dois olhares e seus múltiplos: dois índios Piripkura; dois heróis ameríndios, Pud e Pudleré, criadores dos seres; um padre que foi engolido por uma onça que resolveu morar dentro de um lugar inesperado; um fazendeiro que matou um índio e o mesmo índio que o matou, por uma cantora que se perde na mata, por Macunaíma e seu irmão, os heróis dos Taurepang, e outros tantos.
Eduardo Okamoto is a guest actor in “Recusa” (“Refusal”). This perfomance belongs to Cia Teatro Balagan directed by Maria Thais.
Recusa was based on a report published by Folha de São Paulo, a famous newspaper in Brazil, on 16 September, 2008 about the appearance of two Piripkura– an indigenous group deemed to have become extinct for over 20 years. They were nomads who would wander around timber yards in the Northwest of Mato Grosso, Brazil. They’ve refused any sort of contact with white people. They were only discovered because their laughter resounded through the forest while telling each other stories and feasting after the hunt.
“Recusa” is narrated and sung from two points of view that are also comprised of many others: two Piripkura people; two native heroes, Pud and Pudleré, creators of mythical beings; a priest who is swallowed by a jaguar which decides to live in an unexpected spot; a farmer who kills an indigenous person and is killed by him; a singer who gets lost in the jungle; Macunaíma and his brother; the Taurepang heroes; and many more.
Ficha técnica | Credits
Atores / Actors
Antonio Salvador e Eduardo Okamoto (ator convidado)
Diretora / Director
Maria Thaís
Dramaturgo / Playwright
Luis Alberto de Abreu
Cenografia e figurinos / Set and Costume Designer
Márcio Medina
Diretora musical / Musical Director
Marlui Miranda
Iluminação / Lighting Designer
Davi de Brito
Preparação em Butoh / Butoh Instructor
Ana Chiesa Yokoyama
Assistente de direção / Assistant Director
Gabriela Itocazo
Assistente de cenografia / Assistant Set Designer
César Santana
Assistente de iluminação / Assistant Lighting Designer
Vânia Jaconis
Operador de iluminação / Lighting Technician
Bruno Garcia
Direção de produção / Production Manager
Daniele Sampaio
Produção executiva / Executive Production
Cia Teatro Balagan
Administração / Administration
Deborah Penafiel
Costureira / Seamstress
Judite de Lima
Fotografia, material gráfico e divulgação / Photography, Graphic Design and Promotional Material
Ale Catan
Assessoria de Imprensa / Press Office
Adriana Monteiro (Ofício das Letras)
Projeto Gráfico / Graphic Design Project
daguilar.com.br
Críticas | Review
“Perturbador mergulho da Cia Balagan nas raízes do Brasil. O espetáculo integra a lista de 10 acontecimentos culturais na área de teatro que agitaram o ano no Brasil.”
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“A disturbing immersion accomplished by Cia. Balagan into the roots of Brazil. This play is one of the 10 major cultural events of the year in Brazil.”
Maria Eugênia de Menezes – Jornal O Estado de São Paulo
“A direção musical de Marlui Miranda propiciou que os intérpretes assimilassem cantos de diversas etnias, sempre apresentados nas línguas originais, o que torna seus desempenhos um recital de música acústica.”
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“Marlui Miranda’s musical direction enabled the cast to assimilate songs from different ethnicities, performed in their native languages, thus transforming the performance into an acoustic musical recital.”
✪✪✪✪ Luiz Fernando Ramos – Folha de São Paulo
“É uma encenação rigorosa, visualmente de impacto, com intérpretes precisos. Thaís reafirma sua qualidade como encenadora, e além disso revela dois atores de especial grandeza.”
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“A rigorous and visually compelling mise-en-sce ne with precise actors. Thai s reaffirms her expertise in direction while highlighting two great actors.”
Nelson de Sá – Cacilda Blog de Teatro
“Pleno da espantosa entrega dos atores, o espetáculo de narrativa não linear se ampara em econômicos recursos cenográficos desenhados por Márcio Medina, também fundador do grupo.”
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“Full of an astounding devotion coming from the actors, this non-linear narrative resorts to economic scenographic resources designed by Ma rcio Medina, one of the group’s co-founders.”
Alvaro Machado – Revista Carta Capital
“É preciso que atores e plateia recusem o teatro e internalizem a cultura ameríndia para só então chegarem à síntese que transmita a filosofia ameríndia da melhor forma possível.”
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“It is necessary for both the cast and the audience to refuse the language of the theatre while internalizing the indigenous culture. Only then will they arrive at the synthesis which will convey the philosophy of that culture in the best way possible.”
Paulo Fávari – Blog Meu Copo de Café
“A justeza do olhar da Maria Thaís e a excelência da arquitetura verbal de Luís Alberto de Abreu encontra dois corpos. No encontro dessas habitações palafitadas, a voz de alguma coisa inominável. Arrebatamento, dizem. Outros, ainda mais superlativos, preferem palavras como estremecimento, desassossego, desorientação. Eu penso que a única coisa a ser dita é silêncio.”
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“Maria Thai s’s visual accuracy and Lui s Alberto de Abreu’s verbal architecture excellence come upon two bodies. In the discovery of these stilt houses, there is the voice of an ineffable thing. Some people may say it’s rapture. Others, even more emphatically, prefer words such as commotion, disquiet, disorientation. I think the only thing to say is: silence.”
Lucas Mayor – blog lucasmayor
“É implícita a grandeza do que o espetáculo expõe: não faz proselitismo da causa indígena, apenas debulha suas belezas, suas alegrias, sem exagerar as tristezas trazidas pelo contato com os brancos.”
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“The greatness of this performance is subtle: it does not advocate the indigenous cause, it only lays bare its beauties and joys, without dwelling on the sorrows brought by the contact with white people.”
Miguel Anunciação – Jornal Hoje em Dia
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